HOMENAGEM

Quem seria eu sem a minha sombra?

Uma simples forma linear, de luz incandescente, no fim da história.

Quem seria eu sem a fonte de lágrimas que me habita?

Uma melodia que ressoaria estridente na paisagem dolorosamente seca.

Quem seria eu sem o dom da indignação?

Uma viagem em linha reta, sem redefinição da trajetória.

Quem seria eu sem a minha luz?

Uma corrida incessante atrás de alguém.

Um tropeção sem queda,

Uma ferida sem dor,

Um grito sem som, uma perseguição.

E quem seria eu sem te ter tido ao meu lado?

Seguramente seria outra pessoa que não eu,

Esta tonalidade irrepetível que, num momento de êxtase, conheceu o Amor.