QUANDO O AMOR NOS BATE À PORTA

“Quando o amor chega inesperadamente e bate à tua janela, apressa-te e deixa-o passar, mas primeiro fecha a porta da razão, uma vez que até a mínima ameaça o pode assustar, tal como o fumo afoga o frescor da brisa da manhã.

À razão, o amor diz que a estrada está fechada: – você não pode passar! – mas, ao amante, oferece centenas de bênçãos. E antes que a mente dê um passo, o amor atinge o sétimo céu.

O amor escalou a montanha sagrada! Eu tenho que parar de falar e deixar que o amor fale do seu ninho de silêncio”. Rumi

 

Quando o amor nos bate à porta, dá sempre sinais, pedindo a nossa extrema atenção.

Quando o amor nos bate à porta, em vez de o tentar prender, é melhor deixá-lo respirar bem, vê-lo passar airosamente por nós, fazer amizade com ele e calar imediatamente a voz do medo. Esta funciona como obstáculo e traz ao de cima todas as sabotagens e resistências, levando os potenciais amantes a refugiar-se na cabeça.

Quando o amor nos bate à porta, é aconselhável olhá-lo nos olhos, a uma distância de segurança, durante o tempo que for necessário, porque é bem possível que, atrás dele, venha o rasto de muitas feridas do passado. É justamente quando o amor aparece, que aquelas (feridas) se atravessam, raivosamente, para defender a sua armadura.

Quando o amor nos bate à porta, e a falta de confiança for maior, apressemo-nos a pedir a ajuda de alguém que mande calar a nossa mente verborreica, e nos abrace durante muito, muito tempo. E, aí, nos permitamos começar o caminho da cura, a partir de um ninho de silêncio.

Quando o amor nos bate à porta, é porque o merecemos! É, porém, preciso usar de sabedoria, saber esperar e, nesse templo interior, ir preparando o festim sagrado da abundância.

Quando o amor nos bate à porta, é fundamental agradecer!

8 dez, 2019