Sessões regulares de Aprofundamento

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Cada aula é estruturada tendo como referência os objetivos do Método e a etapa de desenvolvimento psicológico que estamos a trabalhar. Adaptamos cada aula ao processo de aprendizagem de cada aluno, dando tempo e espaço à transformação individual. Damos uma profunda atenção à dinâmica do grupo e à relação. É na relação que tudo se desenrola, incluindo o processo de autonomia e a estruturação da identidade. Como tal, não damos aulas avulso. O nosso trabalho envolve um compromisso de cada um consigo mesmo e de cada um com o grupo. A frequência irregular interfere na motivação e no processo de transformação pessoal e de criação artística.

Consideramos que o Dançar com o Coração é muito mais do que um conjunto de aulas de dança. É um espaço de crescimento, de construção da diferença, de exploração de múltiplas facetas e recursos pessoais, de introdução de uma tónica de amor e de rigor à arte que é a Dança.

As aulas são estruturadas no período letivo compreendido entre setembro e julho, envolvendo o pagamento de uma mensalidade.

A FORÇA DA CORPORALIDADE

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Período desafiante, compreendido entre o primeiro ano e meio e os três anos de vida. Nesta fase, a maturação fisiológica está completa. A criança possui o sentido da axialidade e da lateralização e, a partir daí, toda a coordenação motora. Está capaz de experimentar a força da sua corporalidade (potência), com a intensidade e o ritmo que quiser. Inclusivamente, ela é capaz de fazer o movimento ou de o reter. Ela decide e tem o controlo absoluto (sentimento de omnipotência). O desafio, para a criança, é o de poder ir buscar o que quiser, confiar no seu corpo e na sua autonomia. O desafio, para os pais, é o de ter a capacidade para dar suporte e validar a criança na sua autonomia e valor, respeitando o seu ritmo e as suas capacidades e, ao mesmo tempo, de dar contenção à sua impulsividade motora e de a ajudar a escolher. Nesta etapa de desenvolvimento, aprende-se o equilíbrio entre contenção/espontaneidade e o sentido da verdadeira autoridade/autonomia. O Dançar com o Coração pretende criar oportunidades de transformação, trazendo o potencial adquirido nesta etapa para o movimento autêntico do adulto.

 

O QUE PODE ACONTECER QUANDO DAMOS FORÇA À VOZ?

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Param para ouvir-nos. Ganhamos espaço. O corpo assume-se guiado pela voz. Muitas vezes nos surpreendemos com as nossas “sonoridades desconhecidas”. Onde estavam, que nunca as tínhamos escutado? E agora? O que fazemos com esta descoberta? Aonde nos leva a consciência dos sons, da sua intensidade, da sua coloratura, do seu significado e intenção?

O trabalho com a voz pode reconciliar-nos, de modo criativo, com a liberdade que perdemos em algum tempo e lugar das nossas vidas, e conduzir-nos à alegria de respirar, de vibrar, de caminhar, de assumir o nosso lugar.

A voz pode devolver-nos uma força primordial e abrir caminho para o prazer de sermos inteiros e de termos o direito de viver sem constrangimentos desnecessários e impostos do exterior.

A voz liberta movimentos genuínos e significativos.

E dança.

 

NEURÓNIOS ESPELHO

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Os neurónios espelho fazem o seu trabalho. Todas dançam o movimento de cada uma, revelando-se pequenas maravilhas, vários desdobramentos de si. A oportunidade de cada uma se ver espelhada nas outras, permite-lhes ampliar a consciência de si. Nesta dança de espelhos, o vocabulário de cada uma multiplica-se e enriquece-se. Ver e ser vista. Dar e receber.

 

A ALEGRIA DA RELAÇÃO

A Alegria é o estado primordial da existência!

É um estado de despojamento que nos permite estar recetivos aos outros e a todas as experiências emocionais.
É uma condição de expansão energética e psicológica, que aumenta a dimensão do nosso espaço vital. É irmã da curiosidade e do impulso criativo, ampliando os limites, testando a liberdade.

A Alegria não existe sem os outros. É um diálogo que exige grounding, para não perdermos o eixo, e coração aberto, para partilhar.

E, por vezes, senão muitas vezes, é preciso remover barreiras internas para sermos capazes de a acolher!

DA REPETIÇÃO À IMPROVISAÇÃO

As nossas velhas defesas, misturadas com a sabedoria espontânea, são a estrutura sobre a qual edificamos a nossa identidade. Voltar a ela, repetida e conscientemente, permite-nos estar atentos a sinais no corpo que buscam saídas para novos movimentos. E, com eles, novos significados, transcendendo a história.

Situar um momento na história pessoal e dançá-lo, revivendo velhas emoções. “Desenhar” com precisão esse momento no espaço, dançá-lo intensamente em cada ponto nevrálgico, até que algo de novo aconteça.

As palavras ficam aquém da beleza comovente de um corpo em transformação. É simplesmente belo assistir à metamorfose … a de finalmente alcançar o que há anos tem vivido interrompido.

Não há mudança efetiva, sem que ela aconteça no corpo!

E, docemente, a Libelinha (símbolo de coragem e renovação) poisa na pele, trazendo esperança e uma nova inocência.

ENTREGA CORPORAL E EMOCIONAL

A corporalidade dos três anos é potente e exige que os adultos sejam capazes de a facilitar e, ao mesmo tempo, de a conter. À partida, as crianças confiam e entregam-se. É fundamental que os adultos também confiem na sua própria corporalidade e se entreguem ao prazer, à alegria e à autoridade firme quando ela é necessária!

Por volta dos 2, 3 anos, aprendemos a controlar os esfíncteres e, portanto, a deixar ir conscientemente e a conter. Esta força pulsátil é a mesma que nos impulsiona para a vida e a que nos protege. Esta capacidade de contrair/expandir é a base da sabedoria de ser espontâneo e, simultaneamente, de ter limites. É a base da elasticidade do nosso corpo e do nosso caráter. É a base da nossa responsabilidade nas vivências que escolhemos. É a base da nossa entrega consciente.

Há muitos equívocos relativamente ao que significa Entrega.

Entrega exige grounding – confiar no que se sente e deixar a energia seguir o seu rumo. Essa descarga plena provoca sensação de enraizamento e amplia a consciência dos recursos pessoais para integrar o que se está a viver. Entrega é o mesmo que estar no corpo. Estar no corpo significa estar na realidade, aqui e agora.

Nós entregamo-nos às nossas próprias vivências com os outros, e não aos outros. Isso implica que cada um é responsável por aquilo que sente. E, se assim for, ninguém cai desprotegido porque os seus pés estão ligados à terra, às pernas, à pélvis, ao coração e à cabeça. O outro pode ir-se embora e escolher outros caminhos. Eu posso ficar triste e sentir a falta, mas estou em mim, inteiro, capaz de pisar novamente o chão de uma escolha.

Confiar no meu corpo implica que eu esteja em condições de descodificar se o outro está em condições de me conter, de receber o que tenho para dar, de receber o peso da minha identidade. Pode não estar e aí é melhor eu dosear a entrega, em vez de fechar os olhos, tirar os pés do chão e responsabilizar o outro pela minha escolha. Mas quando encontramos alguém que entrega o seu peso com confiança, assumindo os riscos da imprevisibilidade da dança da vida, podemos ir longe na arte de nos relacionarmos.

Assim é na dança. Por isso usamos o recurso extraordinário do Contacto e Improvisação que vive da ferramenta fundamental de dar e receber peso, de segurar e ser segurado, de pisar o chão com segurança, de deixar fluir o movimento pelas articulações, garantindo um diálogo seguro com o par e com o chão.

Através da dança, e mais especificamente do Contacto e Improvisação, revivemos e reprogramamos a entrega corporal e emocional numa experiência relacional.

AULAS REGULARES ARTE COM CORAÇÃO – NOVO GRUPO

O Dançar com o Coração® abre inscrições para o novo Grupo Regular de Arte com Coração, a ter início no dia 21 de setembro de 2017, mantendo a sua regularidade à quinta feira, das 19:30h às 21:30h.

PARA MAIS INFORMAÇÕES:
Email: dancarcomocoracao@gmail.com
Tlfs: 213468000 / 964811138

Maria Goretti Coelho (Psicoterapeuta)
Ana Beatriz Degues (Bailarina)

MARIA PÉS DE PAI E ANA MÃOS DE MÃE

A nossa atenção demora-se num diálogo entre pés e mãos, entre duas crianças absortas e deslumbradas em dois corpos de mulher. O berço em que a dança se desenrola tem anos de memórias repletas de imagens coloridas, formas flexíveis e sons irrepetíveis. Os pés correm para os braços de um pai que foi ou poderia ter sido um chão de brincadeiras inesquecível. Mas se não o foi, é-o agora dentro da imaginação e dos sonhos de Maria. As mãos esvoaçam como pássaros, fazendo sombras sobre pés bailarinos de Maria e respondendo entusiasticamente às suas ousadias. Como mãos doces de mãe atenta e criativa, desenham no espaço uma nova história de afetos, onde se cruzam sonhos, talentos, histórias e risos. Risos na boca e nos olhos de uma Ana doce cheia de mãos e de mãe que abraçam a vida.

DURANTES, FINS E INÍCIOS

2018 foi um ano de sequências rápidas de acontecimentos. Um grupo. Dois grupos. Um grupo outra vez, mas renovado. O corpo moveu-se em inúmeras direções, adaptando-se rapidamente para não cristalizar, enquanto bailaram emoções no espaço entre acontecimentos. Dançámos com tudo isto, numa ode à vida que nunca é linear e não acontece como nos livros, em capítulos bem organizados. A propósito do movimento contemporâneo e da própria improvisação, estivemos inteiramente lá, sem delongas, fazendo com as nossas vidas uma verdadeira sala de ensaios e descobertas, repetições e transformações.

2019 assistirá ao desenlace de todo um processo iniciado há 4 anos, no que se refere ao grupo regular de aprofundamento. Findo o processo, daremos início a novos grupos e a novos temas dentro do desenvolvimento psicológico e do trabalho criativo no universo da dança contemporânea.

Em 2018, estivemos em Berlim, no 16º Congresso Europeu de Psicoterapias Corporais, e no próximo ano estaremos na 25ª Conferência Internacional de Análise Bioenergética, partilhando o nosso trabalho com a comunidade científica.

Na primeira metade de 2019, iremos realizar um conjunto de aulas experimentais e um ciclo de workshops.
A coreografia emocional “Cuidando-te” será também apresentada ao público no decorrer de 2019.

Agradecemos os olhares curiosos de quem nos segue e a todos os que participaram, de alguma maneira, na vida do Dançar com o Coração.

Desejamos a todos um Natal Feliz e um Ano Novo pleno de criatividade, foco, expansão e amor.

PROCESSO CRIATIVO DE INTEGRAÇÃO PSICOCORPORAL

O trabalho corporal e emocional estão sempre ligados. Frequentemente, os alunos deparam-se com dificuldades num movimento específico, que traduzem um impasse emocional. Desta feita, é preciso mergulhar na história de cada um, regressar à vivência traumática e dar-lhe uma possibilidade de reconstrução. Este trabalho não só permite uma nova perceção sobre a história pessoal como devolve a aquisição de competências corporais inatas.

AS FRONTEIRAS DO EU/THE BOUNDARIES OF THE SELF

A alienação que hoje se vive em relação ao próprio corpo, ao Self, ao Outro e à natureza é preocupante, e constitui uma das principais causas do aumento exponencial da solidão, do esgotamento, da depressão e de estruturas borderline e narcisistas. A falta de limites é uma realidade a que assistimos diariamente devido ao excesso de estímulos e de incitação ao consumo imediato, originando uma baixa resistência à frustração, elevados níveis de ansiedade e perda de criatividade.

O desejo de viver nasce connosco, na nossa pélvis, e projeta-nos em direção ao mundo e aos outros. Nesse movimento, precisamos de ser confrontados com os limites da nossa ação, fronteiras que nos protegem contra o perigo da omnipotência.

A contenção e a autorregulação são dois temas fundamentais, sem os quais será impossível direcionar a consciência e a força para a criação de uma dança integrada. Significa isto um equilíbrio entre os nossos impulsos vitais e a intenção criadora.

O movimento que nasce da autorregulação é inteligente, capaz de viajar por diferentes qualidades e dinâmicas, sem perder o brilho da espontaneidade. Força e flexibilidade atuam em conjunto, gerando fluidez.

ENGLISH VERSION

The alienation that is experienced nowadays in relation to one’s own body, to the Self, to the Other, and to nature is worrying and constitutes one of the main causes of the exponential increase of loneliness, exhaustion, depression and borderline and narcissistic structures.

The lack of limits is a current topic in our daily life, and it is due to over-stimulation, and incitement to immediate consumption, resulting in low frustration tolerance, high levels of anxiety and loss of creativity.

The desire to live is inborn, in our pelvis, and impels us towards the world and the others. In this movement, we need to be confronted with the limits of our action, borders that protect us against the danger of omnipotence.

Self-restraint and self-regulation are two fundamental themes, without which it will be impossible to direct awareness and strength towards the creation of an integrated dance. This means a balance between our vital impulses and creative intention.

The movement that is born out of self-regulation is intelligent, able to travel through different qualities and dynamics, without losing the lustre of spontaneity. Strength and flexibility work together, generating fluidity.