A SÓS COM O UNIVERSO

No outro dia, larguei definitivamente as velhas coisas. Acreditei eu. Desobstruiu-se de repente o caminho e, já sem estar à espera, chegou a Tua mensagem. Sorri de alegria.

Só aqui estamos os dois. Mais ninguém.

Eu, com as minhas intermináveis perguntas. E Tu, silencioso, detentor de todos as respostas. Como é difícil sossegar a mente e escutar as entrelinhas dos Teus silêncios!! Apenas quando me distraio, ouço o que dizes, sempre amoroso e rigoroso nas Tuas matemáticas.

Pequenos laivos de clarividência mostram-me a chave da felicidade. Pena é que no minuto seguinte me perca, ao mínimo pestanejar da mente ilusionista.

No outro dia, como disse, larguei definitivamente as velhas coisas. Sei que voltarão sempre até que eu seja capaz de agradecer a benção, abraçar o momento e deixá-lo partir.

Descobri que a gratidão é o sentimento mais doce e tranquilizador que existe. E que o único lugar que permanence é aquele ponto, chamado de Centro.

O resto, é movimento.

Estaremos sempre aqui, os dois. Eu, com as minhas intermináveis perguntas. E Tu, com a Tua infinita coerência.

Obrigada.

17 de janeiro, 2021