SIM, VALENTIM!

Apresentação1 Amor é uma ligação vital com uma fonte de vida e de alegria, quer essa fonte seja um indivíduo, um projeto, uma comunidade, a natureza ou o Universo.

A vida flui através de um espetro emocional que nem sempre é prazenteiro e que constitui o ponto de partida da nossa evolução. Não pode haver alegria se não conhecermos profundamente a tristeza; não poderá haver Amor verdadeiro se não formos capazes de nos zangar; não poderemos desenvolver a capacidade de proteção se não conhecermos o medo e o impacto das situações de sobrevivência. Por isso, o trabalho de evolução pessoal é um trabalho sobre a integração dos opostos, que nos aproxima da nossa essência que é, quanto a mim, um “apanhado” criativo da luz e das trevas. É um trabalho em direção ao Amor.

Dado que o Amor também é uma expansão do Self para incluir o mundo, a sua perda é vivenciada como uma ameaça à vida e resulta em contração e retraimento. O anseio por Amor permanece no coração, mas não pode ser realizado enquanto o medo da perda ou da rejeição persistir.

Todos os dias tropeçamos com pessoas com medo de se entregar ao Amor.

Se fomos frustrados ou profundamente feridos na nossa infância, o nosso avanço em direção a um relacionamento amoroso maduro tenderá a ser inseguro. Podemos apaixonar-nos porque o Amor é a nossa linha vital, mas a entrega poderá ser apenas temporária, uma renúncia momentânea do controlo egóico, na nossa contínua luta pela sobrevivência. À mínima contrariedade, tocam os alarmes, iniciando-se o conhecido processo de sabotagem ao Amor maduro. Essa incapacidade de nos entregarmos ao Amor, de coração aberto, jaz na raiz de todos os nossos problemas emocionais.

Maturidade é o estadio da vida em que conhecemos e aceitamos o próprio Self, em que conhecemos os nossos próprios potenciais, medos, fraquezas e manipulações e os aceitamos. Aceitação não é impotência. Significa que se assume a responsabilidade pelo próprio valor e se perde a vergonha das próprias dificuldades ou problemas e que estes servem de ponto de partida para a contínua evolução e aprimoramento, em consciência. Aceitação é uma visão amorosa e responsável de si mesmo.

Conhecer e aceitar o próprio Self é um processo em contínuo movimento evolutivo. A maturidade vai ganhando o brilho mágico que resulta do encontro entre dois seres que se comprometem mutuamente, dentro da aventura de autoconhecimento. E é por isso que o compromisso inclui uma dose de imprevisibilidade! É por isso também que a vida nos pode surpreender e conduzir a vivências extraordinariamente extáticas!

A entrega ao Amor implica a capacidade de partilhar plenamente o próprio Self com o objeto do nosso Amor. Não é uma entrega cega ao outro, mas sim uma entrega responsável às próprias emoções, na relação com o outro! Amor é uma questão de estar aberto. Isto implica estar em contacto com os sentimentos mais profundos e ser capaz de os expressar adequadamente, sem projeções.

O trabalho pessoal em direção ao Amor é um processo de abertura à Vida e esta reflete-se em olhos brilhantes, em sorriso cálido, em modos graciosos e em coração aberto.

Para abrir o coração é preciso abrir as passagens através das quais o sentimento de Amor flui para o mundo… abrir a voz para falar francamente … abrir os olhos para ver … movimentar-se em direção ao outro, com clareza de intenções.

O Amor maduro é um direito de todos aqueles que se entregam apaixonadamente à evolução pessoal e à Vida.

Feliz Valentim!