SER LIVRE DENTRO DO AMOR

Ser livre é não ter amarras.

Amarras são as nossas prisões mentais, tudo aquilo que nos mantém atrás, na imobilidade.

São circuitos de pensamentos sem corpo, perdidos no espaço, de olhar vazio.

São palavras presas na garganta, gestos retidos nos músculos, sufocados pelo medo.

Amarras são apegos ao passado, pela incapacidade de enterrar os mortos e dizer adeus.

É não perdoar a mãe. Não perdoar o pai. Não confiar em ninguém.

São corações fechados com medo de amar, gritos calados no fundo do corpo.

É a alma perdida em busca do abraço quente da terra húmida e doce.

São dúvidas amontoadas em cima de mágoas, transformadas em certezas perigosas. Muito perigosas.

Amarras são gritos de socorro, para dentro, que nos roubam saúde e paz.

É viver dentro de gaiolas douradas.

É achar que não há ninguém.

É sofrer sem significado.

É confundir desapego com autocomplacência e ter perdido a inocência de correr atrás.

É deixar-se endurecer, perder a habilidade das linhas curvas, do prazer de viver, de dar e receber.

É fugir, pensando que se vai em direção à liberdade.

VIVER SEM AMARRAS É CONSTRUIR UM CHÃO SEGURO DE AFETOS, PARA DELE NOS LANÇARMOS NOS NOSSOS VOOS.

É SER LIVRE DENTRO DO AMOR.

30 jan 20